Vítor Costa | Casa do Estudo

Os ETFs oferecem uma maneira líquida e de baixo custo de investir em bonds. Aqui estão algumas possíveis escolhas. Aqui estão os nove melhores ETFs de títulos para conhecer agora. IMPORTANTE: nada daqui é recomendação de investimentos. Sou apenas uma pessoa aprendendo a investir e compartilhando minhas experiências. Na dúvida, contrate um profissional qualificado e certificado. Artigo original em inglês aqui. O que são Bonds? Um título é um instrumento de renda fixa que representa um empréstimo feito por um investidor a um mutuário (normalmente corporativo ou governamental). Um título pode ser pensado como um contrato entre o credor e o mutuário que inclui os detalhes do empréstimo e seus pagamentos. Os títulos são utilizados por empresas, municípios, estados e governos soberanos para financiar projetos e operações. Proprietários de obrigações são detentores de dívidas, ou credores, do emitente. Os detalhes do título incluem a data final em que o principal do empréstimo deve ser pago ao proprietário do título e geralmente incluem os termos dos pagamentos de juros variáveis ou fixos feitos pelo mutuário. Vale notar que existem ETFs de vários ativos, como ETFs de REITs (conheça os 7 melhores aqui). 1. BND (Vanguard Total Bond Market ETF) Um popular fundo buy-and-hold de baixo custo para investidores de longo prazo é o BND, que oferece ampla exposição ao mercado de títulos dos EUA. Ao rastrear o Spliced Bloomberg U.S. Aggregate Float Adjusted Index, o BND fornece acesso a mais de 10.000 títulos governamentais, de agências e corporativos com grau de investimento. Atualmente, o ETF oferece um rendimento médio ponderado até o vencimento, ou os juros que um investidor ganha ao manter o título até o vencimento, de 4,3%, juntamente com uma duração média intermediária de 6,6 anos. Se os juros subirem 1%, o BND pode perder 6,6% em valor, todo o resto sendo igual. O oposto ocorrerá se as taxas forem cortadas. O preço e o rendimento dos títulos se movem inversamente: quando um sobe, o outro desce. A característica mais notável do BND é seu baixa taxa de administração de 0,03%, ou cerca de US$ 3 anuais por US$ 10.000 investidos. Além disso, uma das vantagens dos ETFs (saiba mais aqui) em geral é a diversificação que eles trazem. 2. AGG (iShares Core US Aggregate Bond ETF) Uma alternativa popular ao BND é o AGG. Este ETF acompanha o Bloomberg US Aggregate Bond Index, que é frequentemente usado como referência do desempenho do mercado de títulos dos EUA. A AGG é muito popular e líquida, possuindo altos ativos sob gestão, ou AUM, de US$ 85 bilhões, juntamente com um volume médio de 30 dias de mais de 7 milhões de ações. O ETF é semelhante ao BND, também detendo mais de 10.000 títulos governamentais, de agências e corporativos com grau de investimento. AGG tem um rendimento até o vencimento de 4,7% e uma duração de 6,3 anos. Ele cobra uma baixa taxa de administração de 0,03%. Além disso, outras pessoas podem querer complementar seu portfólio com um ETF de ouro (conheça os melhores aqui). 3. UTWO (The US Treasury 2 Year Note ETF) UTWO é um ETF single-bond, um tipo único e novo de produto de investimento. Como o próprio nome sugere, o único portfólio da UTWO consiste na atual nota do Tesouro dos EUA de 2 anos. Isso contrasta com outros ETFs de títulos, que possuem uma "escada" de diferentes emissores e vencimentos. Para investidores e traders que buscam atingir um jogo de curva de rendimento específico, o UTWO oferece uma exposição mais precisa do que a maioria dos ETFs de títulos. A estrutura de ETF da UTWO também permite que os investidores obtenham exposição ao Tesouro de forma transparente e líquida, sem comprar diretamente em sites do governo. Atualmente, a UTWO cobra uma taxa de despesas de 0,15% e atraiu US$ 273,4 milhões em AUM. Agora, para aqueles que querem ETFs que pagam dividendos, pode ser interessante buscar alguns que tenham um yield mais alto. 4. GOVT (iShares U.S. Treasury Bond ETF) O efeito de "fuga para a segurança" observado no início deste artigo tende a ser mais pronunciado para títulos do Tesouro dos EUA. Isso se deve ao seu risco de crédito muito menor quando comparado aos títulos corporativos. Praticamente todos os títulos do Tesouro são classificados como AAA pela Standard & Poor's, o que significa que eles têm uma baixa probabilidade de inadimplência. Os investidores que compram títulos do Tesouro estão apostando na suposição de que o governo dos EUA sempre pagará suas dívidas, o que historicamente tem sido o caso. Uma ótima maneira de acessar uma ampla carteira de títulos do Tesouro é via GOVT, que atualmente tem um rendimento até o vencimento de 4,3% e uma duração de 6,1 anos. O GOVT custa uma relação de despesas de 0,05%. Uma carteira diversificada pode contar ainda com outros ativos, como ETFs de Urânio (conheça os melhores aqui). 5. LQD (iShares iBoxx $ Investment Grade Corporate Bond ETF) Por outro lado, os investidores que não se importam em assumir maior risco de crédito em troca de rendimentos mais fortes podem optar por ETFs que detêm títulos corporativos com grau de investimento. São títulos emitidos por empresas. Para serem considerados como grau de investimento, os títulos devem ter classificações de crédito de pelo menos BBB da S&P. O LQD rastreia mais de 2.500 títulos corporativos em um investimento. Comparado ao GOVT, o LQD tem maior rendimento até o vencimento e duração de 5,4% e 8,4 anos, respectivamente. Um quarto de seus títulos vem de empresas do setor bancário, e 47% das participações do fundo são classificadas como BBB, enquanto 42% são classificadas como A. O LQD cobra uma taxa de administração de 0,14%. 6. JNK (SPDR Bloomberg High Yield Bond ETF) Os investidores dispostos a assumir ainda mais risco de crédito para obter os maiores rendimentos possíveis podem optar por títulos abaixo do grau de investimento com classificação inferior a BBB. Estes são chamados de títulos de alto rendimento, ou "lixo". Em comparação com os títulos do Tesouro e títulos corporativos com grau de investimento, os títulos de alto rendimento tendem a ser mais correlacionados com o mercado de ações e sensíveis aos seus movimentos. Seu maior risco de crédito implica em maior risco de inadimplência, mas os investidores dispostos a assumir esse risco tendem a ser recompensados com rendimentos mais altos, em média. Um exemplo é o JNK, que apesar de ter uma curta duração de 3,9 anos, paga um alto rendimento até o vencimento de 8,7%. A JNK atualmente cobra uma taxa de administração de 0,4%. Quem deseja complementar o portfólio com renda variável pode também procurar ETFs de dividendos (conheça os melhores aqui). 7. SCHUP (Schwab US TIPS ETF) Uma das principais fraquezas dos ETFs de títulos é a inflação. Quando os preços de bens e serviços disparam, os bancos centrais tendem a responder com aumentos nas taxas de juros, o que impacta negativamente os preços dos títulos. Os títulos protegidos contra a inflação do Tesouro, ou TIPS, são um tipo de título um tanto resistente a essas condições, pois seu preço e pagamentos de cupom são indexados ao índice de preços ao consumidor. Embora não sejam imunes, o TIPS pode oferecer maior proteção do que os títulos se a inflação aumentar repentinamente. Além disso, vale complementar a carteira com outros dos melhores investimentos, que podem trazer diversificação e rentabilidade. Para acessar uma carteira de TIPS ampla, os investidores podem comprar SCHP, que atualmente tem uma duração de 6,6 anos e um rendimento até o vencimento de 4,03%. O SCHP cobra uma taxa de administração de 0,04%. 8. BIL (SPDR Bloomberg 1-3 Month T-Bill ETF) O tipo de título mais seguro é a letra do Tesouro dos EUA, ou T-bill. Estes são títulos de renda fixa ultracurtos emitidos pelo governo dos EUA com vencimentos de um ano ou menos. Como resultado, eles carregam baixas taxas de juros e risco de inadimplência. Para acessar os T-bills, os investidores podem comprar o BIL, que acompanha o Bloomberg 1-3 Month U.S. Treasury Bill Index. O BIL tem uma duração curta, o que o isola dos movimentos das taxas de juros. Graças à atual curva de rendimento invertida, os títulos do Tesouro com vencimentos mais curtos estão rendendo mais do que os de prazo mais longo. Por exemplo, o BIL atualmente paga um rendimento até o vencimento de 4,6%, superior aos ETFs do Tesouro de duração mais longa, como o GOVT. O BIL cobra uma taxa de administração de 0,14%. Esse e outros são, de fato, dignos de estar na lista de melhores ETFs Americanos (confira a lista completa aqui). 9. VTEB (Vanguard Tax-Exempt Bond ETF) Os investidores em uma faixa de imposto de renda mais alta podem achar que a maioria dos ETFs de títulos é ineficiente em termos fiscais quando mantidos fora de uma conta com vantagens fiscais, como um Roth IRA. Os títulos municipais, emitidos pelos governos locais para financiar projetos de infraestrutura como pontes, estradas e sistemas de distribuição de água, oferecem uma solução potencial. A receita desses títulos é isenta de impostos federais e estaduais em determinadas circunstâncias. Com o VTEB, os investidores podem acessar mais de 6.900 títulos municipais de todos os EUA. Este ETF tem uma alta classificação de crédito, com 21% em AAA e 56,8% em títulos municipais com classificação AA. Atualmente, o VTEB possui uma duração de 5,4 anos, um rendimento até o vencimento de 3% e uma taxa de administração de 0,05%. Por que investir em ETFs de Bonds? Os aumentos das taxas de juros levaram os rendimentos dos títulos a níveis atraentes novamente. Historicamente, os títulos sempre funcionaram como uma espécie de "lastro" para as carteiras. Durante crises de mercado como as de 2008 e março de 2020, os títulos, especialmente os de alta qualidade, como os do Tesouro dos EUA, dispararam em um "vôo para a segurança". Isso ocorreu porque o Federal Reserve reduziu as taxas de juros e implementou a flexibilização quantitativa, o que impulsionou o preço dos ativos de renda fixa. Embora isso tenha mudado em 2022, quando as taxas de juros subiram acentuadamente e fizeram com que os títulos fossem vendidos junto com as ações, 2023 pode estar se tornando um ano melhor para os títulos. Isso ocorre porque os rendimentos dos títulos começaram o ano em um nível muito mais alto. Isso pode potencialmente ajudar os títulos a se tornarem um ativo gerador de renda viável novamente. Para contornar a falta de liquidez e a complicação de comprar emissões de títulos individuais, é possível considerar o uso de um fundo negociado em bolsa de títulos de baixo custo, ou ETF.